Na Feira dos "Santos e Bruxas"
Na escola há muito que se sabia que algo de diferente estaria para
acontecer. As crianças andavam atarefadas com a preparação de uma festa. Tinham
feito cartazes, trazido açúcar, mel, farinha, nozes e abóboras para a escola.
Nos computadores, ligados à Internet pesquisavam, insistentemente, imagens
de bruxas simpáticas, de cobras compridas, ou de morcegos aterradores e de gatos
pretos, que logo se associam ao azar e ao terror…
No entanto, nenhuma delas parecia intimidada, apenas a Dona Olinda mostrava
um comportamento alterado e um nervosismo crescente, com a teimosia dos seus
mestres de culinária que em vez de tenderem as broas normalmente teimavam em estica-las,
até parecerem compridas e onduladas “lombrigas”.
-Quem é que vai comprar uma broa destas? – questionava a pobre Olinda enquanto
mostrava as broas que retirava do tabuleiro e juntava a outras duas ou três
para as conseguir recuperar e dotá-las de algum sentido estético de forma a
parecerem-se com as tradicionais broas fervidas.
Claro que os alunos ficavam sem perceber porque é que ninguém consegue compreender
a alma de um artista, que se empenha na feitura de uma grande obra de arte, que
os outros, posteriormente, desmancham, para produzirem mais do mesmo!
Mas quando chegou o dia 31 de outubro foi num ápice enquanto tudo
desapareceu na venda que efetuaram junto à Igreja de São José, mesmo em
frente à escola.
Alguns pregões dos mais destemidos foram-se ouvindo ao longo da manhã, até
que as bancadas se foram despejando. Os familiares dos alunos de forma generosa
lá iam comprando os produtos apresentados.
A venda foi tão rápida que a escala de serviço ficou sem efeito e todos os
alunos vieram em conjunto à feira para poderem participar na feira mais rápida
do mundo.
Ainda o intervalo não tinha começado e já todos descansavam do árduo
trabalho de vender coisas boas e doces.
Por fim todas as turmas tiveram direito a pão com doce de abóbora e a broas
das fervidas.
A Feira terminou, mas a partilha de receitas continuou. Muitos foram os que
quiseram saber como é possível confecionar tão deliciosas guloseimas.
Claro que todos sabemos que por mais que se partilhem receitas e truques de
culinária faltará sempre o “ingrediente” especial: as mãos dos nossos alunos!
Com a Feira de “Santos e Bruxas” terminada já se pensa na próxima iniciativa:
O nosso Magusto!
Até lá! Voltaremos aqui para contar como foi.
O Escreveta Escrivão